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O texto Autoimagem e Sexo nos trouxe algumas curiosidades que relacionam as buscas mais frequentes sobre sexo no Google e o potencial negativo que elas simbolizam sobre nossa relação com a sexualidade.

A pesquisa deixou claro como as preocupações mais relevantes são muito diferentes entre os gêneros – quando não opostas – deixando clara uma visão bastante distorcida sobre o sexo, o que pode ser um dos muitos gatilhos que levam tantas pessoas a desenvolverem distúrbios sexuais relacionados a fatores psicológicos.

A própria insegurança pessoal se confunde com a influência cultural, que nos faz levar as dúvidas e questões sobre o sexo na brincadeira, sem passá-las por uma avaliação séria e especializada, intensificando as possibilidades de elas se transformarem em neuroses sérias com consequências para a vivência da sexualidade e até mesmo para a saúde.

Frisando a necessidade de tratarmos as questões psicológicas do universo sexual com seriedade, falaremos um pouco sobre a relação que o sexo tem entre o físico, o mental e o espiritual e como perceber quando algum dos sintomas indica um risco potencial para a vivência plena da sexualidade.

 

Corpo, Mente e Alma

Recentemente levantamos o novo olhar sobre o sexo que se desenvolve na sociedade, considerando fatores espirituais e a influência do ato sexual sobre nossa energia e bem-estar. Você pode acessar essa percepção no texto sobre Energia Sexual.

Além dessa relação, é sempre muito importante nos atentarmos para a interação corpo e mente, pois é ela que dita as regras do sexo, envolvendo os sistemas nervoso, circulatório e hormonal para prover respostas físicas aos estímulos sexuais. Essa interação ocorre em 5 fases:

 

• Desejo/Impulso Sexual/Libido – Ativação

Primeiro estágio do ciclo de resposta sexual, ativada através de estímulos internos e/ou externos, físicos ou psicológicos.

• Excitação – Preparação

Após o impulso sexual, o cérebro envia sinais nervosos que desencadeiam respostas físicas aos estímulos sexuais, preparando o organismo para o ato sexual.

Nas mulheres, as principais mudanças fisiológicas são o aumento da lubrificação vaginal, dilatação da parte superior da vagina afim de facilitar a entrada do pênis e um leve aumento de tamanho do clitórios e dos seios.

Nos homens, há a ereção do pênis, aumento de tensão na região escrotal, elevação dos testículos e contrações no reto.

Tanto mulheres quanto homens sentem também reações físicas indiretas, como aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, respiração intensificada, rubor sexual e afins.

• Platô – Ação

É a intensificação da tensão sexual, acompanhada de contração muscular e vasocongestão (maior afluência de sangue nos vasos sanguíneos). É quando ocorre de fato o ato sexual.

Nas mulheres, ocorre a formação da plataforma orgástica, cujas mudanças se dão na parte interna da vagina, assim como contrações involuntárias no reto.

Nos homens, o pênis chega ao nível máximo de ereção, testículos chegam a altura e tamanho máximos.

Em ambos, as reações físicas indiretas da fase anterior se mantêm.

• Orgasmo – Clímax

É a fase de descarga explosiva da tensão sexual, involuntária e extremamente prazerosa.

Nessa fase, os músculos pélvicos se contraem, o que proporciona a ejaculação.

Para ambos os sexos, as reações físicas como alterações no ritmo cardíaco e frequência respiratória seguem em alta.

• Resolução – Normalização

É a última etapa do sexo, no qual o corpo reestabelece suas condições normais e retorna ao estado padrão do organismo. O retorno é progressivo e gradual e tem uma duração entre 15 e 30 minutos.

Os homens entram no chamado Período Refratário, no qual é quase impossível ter outra ereção. O período refratário dura de 20 minutos a horas e aumenta progressivamente sua duração de acordo com o envelhecimento, quanto mais novo o homem, menor a duração do período refratário, quanto mais velho, maior a duração.

É importante conhecer as diferentes fases do sexo para entender se as reações que temos em cada uma delas podem ser consideradas normais ou não. Assim é mais fácil reconhecer as características inerentes a cada resposta e diferenciá-las das possíveis alterações físicas que se dão em cada estágio, entendendo se elas podem configurar um problema de saúde ou se são manifestações normais do corpo.

 

Distúrbios Sexuais

E quando algo parece fora do normal? Já falamos um pouco sobre as possíveis disfunções e distúrbios sexuais que acometem as mulheres no texto Tabus da Sexualidade, portanto, agora traremos alguns dos distúrbios sexuais masculinos, cujas causas podem ser tanto físicas quanto psicológicas ou ambas concomitantemente.

Um problema físico, como dificuldade de ereção ou ejaculação precoce, pode levar a um quadro de ansiedade, medo ou vergonha que agrava o desempenho físico. Uma questão psicológica profunda (como ansiedade, medo, vergonha ou traumas) pode afetar um desempenho físico que por si só é saudável. Na performance sexual, mente e corpo estão diretamente relacionados, por isso as preocupações, paranoias e pressão com relação ao sexo (algumas apontadas pelo texto citado – Autoimagem e Sexo) podem se tornar fator-chave para desencadear problemas sexuais até então inexistentes.

Essas ansiedades podem ser originadas pelos mais diversos fatores, como pressão social entre amigos e familiares, influência irreal de filmes ou quaisquer produtos que abordem a relação sexual ou até mesmo insegurança e baixa auto estima do próprio indivíduo que acaba por afetar sua capacidade ou desempenho sexual.

Entre as disfunções sexuais mais comuns entre os homens estão:

• Ejaculação precoce ou prematura;

É a ejaculação que ocorre antes ou logo após a penetração. É difícil precisar o “tempo ideal” de uma relação sexual, pois depende do contexto e do casal, mas pesquisas apontam que um homem sem nenhum tipo de disfunção leva de 02 a 04 minutos para ejacular.

As principais causas para ejaculação precoce são quadros de ansiedade e doenças neurológicas. A ansiedade aliada à ejaculação precoce pode ocasionar um ciclo vicioso e levar a um quadro de disfunção erétil.

• Ejaculação para dentro da bexiga;

Nesse caso, o colo da bexiga, que geralmente se fecha durante a ejaculação, permanece aberto, fazendo com que o sêmen vá para a bexiga invés de sair pelo pênis. É possível que o sêmen não seja ejaculado em parte ou em sua totalidade.

O quadro é ocasionado por outras doenças como diabetes, uso de medicamentos, intervenções cirúrgicas ou outras lesões e pode ocasionar infertilidade.

• Ejaculação retardada;

É a demora ou incapacidade de ejacular.

Essa pode ser uma condição vitalícia ou situacional e pode levar a quadros de ansiedade, angústia significativa e até insatisfação sexual e psicológica, além de costumeiramente gerar problemas no relacionamento.

• Disfunção erétil;

É a incapacidade de o homem ter e/ou manter uma ereção por tempo suficiente para a realização satisfatória do ato sexual de maneira frequente.

Estima-se que a disfunção atinge cerca de 100 milhões de homens em todo o mundo e é mais frequente após os 40 anos. Suas causas são variadas, podendo ser problemas físicos, psicológicos, alimentares ou de estilo de vida.

A disfunção erétil pode ocasionar pouca rigidez do pênis, ejaculação precoce ou dificuldades para atingir o orgasmo.

• Falta ou diminuição de libido;

A libido, tanto feminina quanto masculina, tende a cair gradualmente conforme o indivíduo envelhece e este é um processo natural. Ainda assim, a frequente falta de libido ainda durante a juventude ou na maturidade pode impactar diretamente a qualidade de vida da pessoa e pode ser ocasionada por diversos fatores ambientais e psicológicos.

O quadro pode se converter em um ciclo vicioso em que questões diversas afetam o nível da libido e a abstinência sexual agrava a insatisfação pessoal, fazendo com que a libido caia ainda mais.

Todos os casos exigem uma consulta médica e podem ser solucionados ou minimizados com pequenas mudanças no estilo de vida, tratamentos e acompanhamento psicológico, a depender da complexidade do quadro. A abstinência sexual decorrente de disfunções não é uma situação irremediável e não deve ser normalizada. Preste atenção nos sintomas que seu corpo te dá e procure ajuda médica.

Não é mais aceitável que soframos com incômodos e desconfortos na hora H por falta de informação. O sexo deve ser um momento sublime de prazer e diversão, nunca um fardo ou obrigação. Preste atenção nos sinais que seu corpo, mente e espírito dão, quando qualquer um deles não estiver em puro regojizo, é hora de dar uma pausa e entender o que está fora do lugar!

O Motel Tarot deseja que todos vivam sua sexualidade de forma saudável e prazerosa e estamos juntos nessa busca!

Imagem Destacada via calibra por Pixabay