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O Estilo de Vida BDSM

BDSM é um dos temas mais aclamados do mundo do sexo e por aqui não seria diferente! Já falamos do que se trata o acrônimo BDSM, sugerimos os 05 melhores acessórios BDSM para conhecer o universo da prática e compilamos alguns dos principais termos para você ficar por dentro do vocabulário básico numa cena BDSM.

Hoje traremos um pouquinho do estilo de vida e protocolos utilizados, além de indicações de Literatura Erótica pra você entrar de vez nesse universo pra lá de sensual!

BDSM – Um Estilo de Vida

Nos textos anteriores sobre a prática BDSM, é possível entender que as relações de dominação, submissão e sadomasoquismo propostas pelos praticantes não são consideradas brincadeiras ou diversão para eles, pelo contrário, são tratadas com seriedade. Um adepto do BDSM não usa as práticas para afastar o tédio ou a monotonia da vida sexual, mas propõe relações nas quais a troca de poder, a segurança e o consentimento são partes fundamentais para o prazer e funcionam sempre com base em acordos preestabelecidos que não podem ser desrespeitados em nenhuma hipótese.

Ou seja, o BDSM não é uma fuga ou um escape, mas sim um estilo de vida para seus praticantes assíduos. Uma maneira de se portar no mundo e expressar sua sexualidade e, também, suas convicções. Aqueles que optam pelo estilo de vida do BDSM o fazem o tempo todo – durante as 24 horas do dia em todos os 7 dias da semana. Daí surgiu a simbologia do 24/7 que deu origem ao Dia Internacional do BDSM, 24 de Julho.

Desde 2003 a data é usada para promover a normalização do estilo de vida BDSM e foi proposto pelo Club Rosas Cinco, um clube de BDSM localizado em Barcelona.

Protocolos BDSM

Uma vez que o BDSM propõe um estilo de vida incorporado à vivência cotidiana de seus praticantes, faz sentido pensar que as relações de poder vão além das cenas que envolvem sexo, não é mesmo? Como a base dessas relações de poder dentro do BDSM são baseados na ideia de submissão e dominação, a manutenção dessa posição mesmo em ambientes sociais começa a parecer natural, como em eventos ou reuniões.

Aí surgem os chamados Protocolos BDSM, uma espécie de contrato que estabelece quais são os comportamentos esperados do submisso em relação a seu mestre nas mais variadas situações possíveis. A ideia é que a previsibilidade de atuação promova estabilidade e consistência no elo entre o submisso e seu dominador, versando desde as mais corriqueiras situações, como uma cena BDSM que seja interrompida de alguma forma ou o comportamento esperado em situações sociais em que ambos estejam ou até mesmo o comportamento deles na ausência do outro.

Há diferentes graus de rigor nesses protocolos, variando entre Protocolos de Baixo Nível, Protocolos de Nível Médio ou Protocolos de Alto Nível e descrevem o esperado pelo mestre com relação a postura, roupas, posições, restrições de fala/palavras, autorização para conversar com outras pessoas, contato visual, uso de mobília do local, entre muitas outras condições.

Há também os protocolos para internet, já que muitas das relações BDSM se dão de maneira virtual através de chats, grupos e fóruns. Assim, os protocolos indicam como definir imagens e apelidos que indiquem a relação exercida entre o submisso e o dominador, além também de alertar para pessoas de fora da relação quais as possibilidades de abordagem ou a quem devem procurar para propor contato (por exemplo, se há interesse em algum submisso, deve-se procurar seu mestre, cujo apelido está indicado na coleira ou no nick do submisso, uma vez que a relação entre submisso e mestre pressupõe a propriedade do segundo sobre o primeiro – justamente por isso o uso da coleira com o nome do ‘dono’ é bastante comum).

Repúdio e Liberdade

Se você está achando tudo isso muito estranho e perigoso, é fundamental lembrarmos que a base da cena BDSM é o tripé SSC – São, Seguro e Consensual. É indispensável para os praticantes que o participante esteja sempre completamente confortável com a prática.

Para isso, é imprescindível que as relações sejam plenamente consensuais e que as palavras de segurança que já mencionamos em outros textos valham e sejam respeitadas incondicionalmente. Além delas, há também outras possibilidades de demonstrar desagrado ou insatisfação com a relação Dominante e submisso (D/s).

No caso de o Dominante estar insatisfeito, deve repudiar o submisso por escrito. Assim que o repúdio é lido pelo submisso, esse fica livre de qualquer obrigação com seu antigo Mestre. Da mesma forma, o submisso também deve solicitar sua liberdade a qualquer momento em que não mais esteja satisfeito com aquela relação. O Dominador é obrigado a conceder a liberdade solicitada, também por escrito.

Se você ainda assim acha que todo esse contexto não passa de pura brincadeira, perceba que, dentro do universo BDSM, tais contratos e relações têm valor similar a um casamento ou união estável: ao se dar o repúdio e a concessão de liberdade, há regramentos que versam sobre a propriedade de possíveis bens que houvessem entre os praticantes, podendo permanecer apenas com objetos que lhe foram dados como presente pelo par, assim como tem prazo preestabelecido para que o submisso saia da residência do mestre, caso estejam morando juntos, podendo, inclusive, tratar sobre uma possível ajuda financeira do Mestre ao submisso até que ele consiga reorganizar sua vida.

Limites do BDSM

Como podemos perceber, o BDSM é uma prática que deve ser levada bastante a sério, pois implica em correr certos riscos e há comportamentos preestabelecidos que são esperados dos que se envolvem nesse universo.

Como consequência, os praticantes se preparam para reagir às possibilidades, conhecendo a fundo as regras e protocolos e, também, as medidas de segurança necessárias, como primeiros socorros, medidas sanitárias, medidas de segurança para práticas específicas como bondage, spanking e flagelação, por exemplo, além de cuidados pós-sessão (ou aftercare).

Além disso, é importante frisar que os praticantes também se preocupam em não invadir a vida pessoal ou a privacidade de seus pares, respeitando anonimato, intimidade das conversas e relações, etc. Tudo que é realizado em uma sessão BDSM é feito mediante contratos e acordos, sempre com consentimento de ambas as partes e podendo ser interrompido a qualquer momento.

A seriedade da prática BDSM não deve espantar os interessados nesse universo, havendo sempre espaço para experimentar e conhecer. Há inclusive o Protocolo Entre Submissos, através do qual se estabelece uma espécie de irmandade entre os submissos que oferecem suporte e orientação uns aos outros, principalmente aos praticantes iniciantes.

Mas, antes de se aventurar na cena BDSM, é necessário ter ciência de todas as suas regras e códigos de conduta e ter certeza que o interesse é real e a prática adequada para você!

Literatura BDSM

Uma boa forma de tirar a dúvida se o BDSM é realmente para você ou não é através da literatura. Já falamos como a Literatura Erótica pode ser uma aliada e tanto para aqueles que buscam algo diferente para a vida sexual e nada como mergulhar de cabeça no universo BDSM ainda com distância suficiente para avaliar até onde se quer chegar.

Por isso, deixaremos aqui 3 autores que abordam o universo BDSM em suas obras:

  • Wilma Azevedo

Pioneira na divulgação do BDSM no Brasil através de contos e crônicas, Wilma foi responsável por obras como Sadomasoquismo Sem Medo e Vênus de Cetim.

  • Glauco Mattoso

Conhecido como poeta dos fetiches sexuais, o escritor paulistano é um símbolo da literatura vulgar e o BDSM está presente em boa parte de suas obras.

  • Vina Ferreira

Autora da duologia Universo Obscuro e Um Outro Universo, Vina mergulhou como pesquisadora na cena BDSM e contou com a ajuda e suporte de praticantes reais para a produção das duas obras.

E aí, vai embarcar nessa?!

 

Imagem Destacada por Dainis Graveris via Unsplash

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