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Namoro ou Amizade?

Que a pandemia e o isolamento social trouxeram diversas reflexões sobre nossos relacionamentos não é novidade para ninguém. Seja sobre convivência, monotonia, tédio, atritos.. as relações sofreram um bocado e enfrentaram diversos desafios nesses longos 2 anos.

Mas nem só de pedras é feito o caminho.

Vejamos o que dizem as pesquisas.

 

Namoro ou Amizade?

Danu Stinson é professora associada de psicologia da Universidade de Victoria (Canadá). Stinson estuda a área de relacionamentos há 20 anos e percebeu um fato inusitado: não eram raros os relatos de participantes das suas pesquisas que engatavam vínculos românticos com seus amigos.

Como boa pesquisadora, Stinson resolveu verificar se essa tendência era mesmo verdadeira e passou a coletar dados focados na seguinte questão:

“Você era amigo de seu parceiro antes de se envolverem afetivamente?”

Essa acabou se provando uma boa linha investigativa e motivou a análise de dados variados que foram publicados pela revista Social Psychological and Personality Science. A conclusão você já deve estar imaginando: namoro e amizade acabam muitas vezes se misturando e virando uma coisa só.

Amor ou Paixão?

Aqui é muito importante ressaltar uma diferenciação: amor e paixão são bases diferentes de relacionamento.

Não à toa, quando pensamos em relacionamentos íntimos, comumente imaginamos o cenário típico de filme. Encontros às cegas, aquele crush em algum conhecido ou colega de estudos/trabalho, matches de internet e toda sorte de encontros motivados por um desejo já existente de viver uma paixão.

Esses encontros são sim muito comuns e deveras interessantes, mas geralmente, não são eles que desencadeiam relações estáveis e duradouras, justamente porque são motivados por intenções bastante superficiais e sem considerar aspectos chave para um relacionamento saudável – o perfil das pessoas, suas personalidades, preferências, hábitos e crenças.

E é exatamente aí que as amizades se tornam tão potenciais. Os dados não mentem. Os estudos que compuseram a pesquisa citada apontam que 66% dos casais surgiram de amizades preexistentes, amizade essa que dura, em média, 22 meses antes de evoluir para uma relação romântico-afetiva.

E talvez o dado mais interessante: quase metade das pessoas ouvidas afirmam que a amizade prévia é sua forma preferida de iniciar uma relação romântica. Mas há um limite – a amizade deve acontecer naturalmente, não ser previamente intencionada a levar o relacionamento a outros níveis.

E o que tudo isso indica?

Bem, o óbvio: paixão e amor são coisas muito maravilhosas, mas também muito distintas.

Uma relação que se inicia com base na paixão costuma ser intensa, gostosa, divertida, mas é difícil de manter no longo prazo, uma vez que as personalidades ainda são desconhecidas e as chances de serem compatíveis não são assim tão altas quanto as chances de proporcionarem momentos divertidos de prazer.

Já uma relação iniciada com base na compatibilidade, na cumplicidade e no afeto entre duas pessoas é muito mais fácil de desenvolver para oferercer também prazer, diversão e tesão e se moldar para ser, com o tempo, algo além da simples amizade.

Quais os limites da amizade?

Stinson defende que o molde dos diferentes tipos de relacionamento não são assim tão bem definidos. O que é uma clara amizade para um não necessariamente tem o mesmo significado para outro.

Além disso, que tipo de interação uma amizade comporta? Difícil responder.

Pensemos juntos: o que bons amigos costumam fazer juntos? Passeios, horas de lazer, descanso, viagens em companhia mútua, ir a parques, cinemas, teatros, acompanhar em eventos sociais que o outro não queira ir sozinho, conhecer amigos um do outro, familiares, etc.

E o que namorados costumam fazer juntos? Bem, tudo isso e um pouco mais.

Fica claro perceber como o surgimento de um clima diferente em qualquer uma dessas ocasiões não é nada difícil, não é mesmo? Principalmente se tudo começa com uma boa dose de intimidade, transparência e cumplicidade sobre os relacionamentos íntimos que os amigos vivem.

Esse é um dos caminhos apontados nas pesquisas. Amigos que casualmente topam experiências sexuais envolvendo algum bom amigo e, conforme o contato sexual avança sem irromper o laço de amizade, tornam-se relacionamentos cada vez mais sérios que logo assumem completamente o foco romântico e transformam bons amigos em casal.

Namora comigo?!

Para alguns, esse já é um caminho óbvio. Afinal, não é todo mundo que fica confortável com a ideia de se arrumar para encontrar com um estranho e avaliar se essa pode se tornar uma interação sexual. Seja um encontro marcado previamente ou aqueles que acontecem despretenciosamente quando você sai na companhia de (veja só) alguns amigos.

A verdade é que nossos amigos estão naturalmente inseridos em quase todos os contextos sociais das nossas vidas e observá-los com outros olhos não é assim um caminho tão difícil.

É claro que para outro grupo essa é uma intentada arriscada, afinal, se tudo correr mal, a chance de a amizade voltar ao patamar inicial não é assim tão alta. Uma amizade que vira namoro é bastante comum, mas um namoro que vira amizade exige certas competências relacionais que nem sempre temos tão bem trabalhadas.

E você? Em que grupo está? Namoro ou amizade? Namoro com amizade? Amizade que vira namoro?

A única coisa que todos sabemos é: o Motel Tarot está de portas abertas a qualquer tipo de relação, 24h por dia, 7 dias por semana com suítes para todos os gostos!

 

 

Imagem Destacada por Manuel Meurisse via Unsplash

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