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Que sexo é um dos assuntos mais polêmicos da história da humanidade, todos já sabemos. Que ele gera interesse na mesma proporção que nos deixa intimidados também. Ainda assim (e talvez por isso mesmo), por mais que se fale sobre sexo, sempre encontramos camadas e mais camadas inteiramente intocadas e cheias de informação para ser descoberta.

Uma dessas camadas é sobre as Ereções. Afinal, você já parou para pensar sobre elas? Como acontecem, por que acontecem, como saber se a ereção está dentro da normalidade ou indica algum sinal de alerta?

Pesquisas apontam que cerca de 100 milhões de homens no mundo são afetados por disfunção erétil e ainda se fala tão pouco sobre as ereções.

Vamos então, resolver essa questão!

Ereções

A disfunção erétil sempre assombrou homens e é motivo de piada por todo lado, mas ela é só uma das questões sobre ereção e está longe de ser a mais interessante. Antes de se preocupar com a virilidade, entendamos melhor as ereções para podermos lidar de maneira mais satisfatória e saudável com elas.

Primeira informação relevante: as ereções são o resultado de uma série de reações coordenadas pelo sistema nervoso autônomo. Sim, aqui temos a primeira ironia linguística do texto: as ereções são autônomas. Ereções involuntárias são completamente normais e esperadas, aponta-se que elas acontecem, em média, até 11 vezes por dia.

Se você é um jovem rapaz aprendendo a lidar com elas, saiba: o tempo ajuda e você logo conquistará uma maior autonomia sobre suas ereções, mas nunca terá total controle sobre o que acontece com seu pênis. Mas isso também não significa que seu pênis decide tudo por você. Portanto, cuidado. E o cuidado mais eficiente é a informação. Vamos lá:

Tecnicamente, a ereção é a reação do órgão a um aumento de circulação sanguínea na região, inflando de sangue os corpos cavernosos da estrutura peniana. Ou seja, ao receber um estímulo sexual, o corpo envia mais sangue para o pênis, que infla e cresce. Uma ereção normal mobiliza cerca de 130ml de sangue para o pênis, um pouco menos que a capacidade de um copo americano típico, mas suficiente para poder até dobrar o tamanho do órgão.

O motivador de uma ereção é sempre de cunho sexual, mas elas são divididas em 3 tipos:

• Psicogênica: a partir de estímulos audiovisuais, sejam reais ou fantasiosos;
• Reflexogênica: a partir de toques ou qualquer contato físico com o órgão;
• Noturna: ereção enquanto o indivíduo está dormindo, geralmente durante a fase REM do sono.

Condições da Ereção

Como vimos, a circulação sanguínea é o principal fator de uma ereção. Se ela estiver comprometida, poderá afetar a qualidade, frequência e duração das ereções.

Assim, as ereções involuntárias são consideradas justamente sinais de saúde, uma vez que demonstram que não há nenhum impedimento para que elas ocorram e têm sua importância para o funcionamento do sistema reprodutor, pois colaboram para manter a circulação sanguínea da região em pleno funcionamento, minimizando o risco de fibroses, curvatura peniana e até mesmo o desenvolvimento de doençãs relacionadas à disfunção erétil.

O único ponto de atenção para as ereções involuntárias é o excesso, se elas durarem por muito tempo ou ocorrerem insistentemente até incomodar a rotina do indivíduo, é indicado procurar orientação médica.

E o que é durar muito tempo? Essa questão apenas você pode responder. A disfunção erétil só se caracteriza quando há a impossibilidade de obter uma ereção ou de mantê-la por tempo suficiente para a satisfação sexual. Para definir esse tempo, use seu bom senso e lembre-se: apesar do que muitos falam, o tempo médio de uma relação sexual real (e, por consequência, de uma ereção) é de cerca de apenas 5 minutos.

Problemas com Ereção

E quando as ereções não ocorrem como deveriam? Essa é uma preocupação geral e, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), atinge entre 8 e 10 milhões de homens no Brasil. Há duas causas principais para essa condição: saúde física e saúde mental. Sim, isso inclui basicamente qualquer coisa.

Entre as causas relacionadas à saúde física, estão basicamente hábitos de um estilo de vida não saudável, como consumo excessivo de álcool e fumo. A dependência alcóolica, por exemplo, aponta altas taxas de reflexos na vida sexual: mais de 60% dos pacientes acometidos pelo alcoolismo relatam questões com disfunção erétil e baixa libido. Segundo estudos recentes da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, com campus em Ribeirão Preto (SP), o motivo é que a ingestão de álcool causa contração dos vasos sanguíneos, prejudicando o fluxo de sangue na região do pênis e afetando o processo de ereção explicado acima.

O fumo tem efeitos similares no sistema reprodutor, uma vez que o hábito aumenta o risco de desenvolvimento de aterosclerose, o acúmulo de gordura e outras substâncias nas artérias, também prejudicando o fluxo sanguíneo. É possível imaginar, então, que os dois hábitos
aliados pode significar riscos ainda maiores para a disfunção erétil.

Mas eles não são os únicos, os demais hábitos não saudáveis clássicos, como não praticar exercícios físicos regularmente ou não manter uma alimentação equilibrada e saudável também têm seus efeitos na vida sexual.

Além das questões de saúde física, é claro, estão os fatores de base psicológica, que são variados e amplamente abordados no Blog do Tarot. Doenças como ansiedade, depressão e estresse podem afetar e dificultar as ereções, assim como problemas emocionais e questões com autoimagem, insegurança e traumas.

As causas para a disfunção erétil ainda podem ter origem em questões hormonais, anatômicas, estruturais e neurológicas.

Disfunção Erétil – O que fazer?

Para desfrutar de uma vida sexual satisfatória e prazerosa, é preciso estar com a saúde em dia. O sexo é parte da vida humana e observar a relação com a sexualidade é um dos hábitos que devemos ter consolidados em nosso cotidiano.

Ao primeiro sinal de que algo não está bem com você, é necessário ligar o alerta e observar se há outros sinais que podem estar relacionados. Não adianta tentar resolver as questões de desempenho sexual paliativamente, abusando de remédios ou estimulantes, pois esse pode ser mais um fator que desencadeia os problemas de saúde da sexualidade e há altos riscos de agravar o quadro invés de solucioná-lo.

Observe seu corpo, os estímulos que recebe e os sinais de que algo pode estar fora da normalidade. Os sistemas do corpo humano são interrelacionados e interagem um com o outro. Se você não estiver em boas condições de saúde, com a saúde mental abalada, altos níveis de estresse ou preocupações excessivas, o sexo será também afetado.

A disfunção erétil é uma condição relativamente comum e pode aparecer em diferentes fases da vida, mas há cura e tratamento. Busque orientação e acompanhamento médico e entenda quais são as melhores opções para o seu caso.

Uma sexualidade saudável é direito de todos!

Imagem Destacada por We-Vibe Toys via Unsplash