Sexo em tempos de pandemia
A pandemia de coronavírus trouxe quebras de paradigmas para toda a sociedade. É quase impossível encontrar alguém que não tenha absorvido mudanças profundas em sua rotina em pelo menos uma área da vida, foi assim nos estudos, no trabalho, na relação com a família, na vida social, na manutenção de atividades físicas e nos hábitos visando a saúde mental.
E no sexo não seria diferente!
Vejamos algumas curiosidades que os novos tempos trouxeram à vida sexual das pessoas.
Sexo Solitário
A redução do contato físico e da frequência de encontros fez muitas pessoas optarem por versões menos pessoais do sexo, ou seja, o estigmatizado sexo virtual.
Segundo dados do Google Ads, buscas por termos como “sexo por telefone” ou “WhatsApp sexo” cresceram cerca de 40%, saltando de 22 mil buscas para 31mil de um bimestre para o outro no início do isolamento social. As cidades com maior crescimento no interesse foram Porto Alegre, Salvador, Curitiba e Brasília.
A procura por conteúdos adultos também seguiu essa lógica, o site PornHub, um dos maiores do mundo, apontou um pico de ascensão logo nas primeiras semanas pós eclosão da pandemia no Brasil, com 28,9% mais acessos em 29/03 que a média diária do site. A nível mundial, a plataforma afirma ter atingido uma alta de 24,4%. Em abril, o volume de acessos diários de visitas ficou em torno de 10% a 17% maior que o usual.
Alguns sexólogos apontam também a normalização do uso de aplicativos de encontro durante a pandemia. Mesmo com os encontros presencialmente limitados ou impossibilitados temporariamente (e talvez até por conta disso – já que era possível experimentar a dinâmica dos aplicativos e sentir a segurança na recusa dos convites com o argumento do isolamento social) muitas pessoas que torciam o nariz para os apps deram o braço a torcer e fizeram o cadastro.
E isso não tem relação direta com o sexo – muitas pessoas optam pela facilidade na interação para conhecer pessoas novas, conversar e ter contato com novas ideias. Hábitos que fazem tanta ou mais falta que o sexo em si, que, segundo os mesmos especialistas, é algo muito mais fácil de ser substituído em épocas de isolamento que resolver a questão da solidão.
Sexualidade com Naturalidade
Uma das maneiras apontadas para driblar o isolamento sem perder a diversão sexual é o uso de brinquedos eróticos. Em pesquisa publicada pela Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme) percebe-se uma alta de 50% nas compras de vibradores e consolos. Percebendo a movimentação social na busca por prazer sexual em tempos de solidão, muitas empresas passaram a aliar as duas tendências e utilizar o WhatsApp e as redes sociais em geral para oferecer serviços variados, como grupos de apoio sexual, terapias sexuais, dicas e informações que ajudem as pessoas a mergulhar em sua própria sexualidade e nas alternativas para seguir desfrutando dela.
Essa é uma tendência extremamente alinhada à visão da sociedade sobre o sexo e a liberdade sexual nos últimos anos. Assim como muitas das mudanças ocasionadas pela pandemia em 2020, essa parece ser outra que não foi criada pelo isolamento social forçado, mas sim acelerado por ele.
O interesse em desenvolver o autoconhecimento, o conhecimento sexual e uma sexualidade saudável é crescente e irreversível. O sexo nunca mais será visto como o tabu tão estigmatizado de algum tempo atrás e terá um espaço cada vez mais respeitado e priorizado em nossa vida cotidiana e nos cuidados de saúde.
Nós do Motel Tarot celebramos essa conquista com sorriso largo e peito aberto! E você? Como percebe o sexo em tempos de isolamento? Têm sido dias, semanas e meses de solidão ou evolução?
Conta pra gente!
Imagem Destacada por GustavoWandalen via Pixabay