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Que tal um Museu?!

Recentemente trouxemos um texto sobre Vulvas e Vaginas e como há um distanciamento muito forte das pessoas, principalmente das mulheres, com seus próprios corpos e em especial com a região íntima.

O tabu existente sobre as nossas partes íntimas faz com que boa parte das pessoas fique desconfortável em olhá-las, tocá-las e até em sentir as sensações das genitálias ao longo do dia – quanto mais em percebê-las ativamente como fontes de prazer saudável. A seção Saúde do Blog do Tarot tem uma série de textos que explicam como esse distanciamento e pudor sobre nossos corpos afeta nossa saúde e sexualidade.

Para ninguém dizer que isso é bobagem, traremos hoje duas iniciativas pra lá de interessantes que reforçam a necessidade que a sociedade tem em normalizar o tema. Elas ainda nos mostram que esse debate não está em vigor apenas aqui no Brasil, mas é ainda um tema relevante em todo o mundo – e nos casos abaixo, ainda mais especificamente em duas localidades consideradas como símbolos de desenvolvimento e cultura: Inglaterra e Islândia!

 

Museu do Falo

A capital islandesa, Reykjavik, abriga o Museu do Falo, instituto destinado a trazer informações, curiosidades e conhecimento sobre o órgão reprodutor masculino. O local expõe 285 exemplares do membro símbolo da figura masculina, representando quase 100 espécies diferentes. Além dos órgãos conservados em formol, ressecados ou empalhados expostos no museu, ainda há uma série de réplicas e obras de arte que trazem a imagem e simbolismo do pênis.

O Museu Falológico Islandês, como também é conhecido o local, tem como objetivo justamente mostrar e explicar como funcionam os pênis nas diferentes espécies e atrai considerável atenção do público. Localizado em um das principais vias da cidade, em 2015, o museu chegou a registrar 30 mil visitantes.

O museu foi criado em 1997 por Sigurdur Hjartarson, historiador que ganhou de amigos órgãos de animais e, intrigado pela teor inusitado daquilo, percebeu que ter um local para deixá-los expostos para que todos pudessem observar os diferentes pênis existentes poderia ser uma boa ideia, já que não havia nada parecido até então. O que começou com 2 exemplares penianos, em 1980 já catalogava 13 espécimes diferentes, chegando a 34 em 1990.

O filho do fundador do museu, Sigurdsson, confirma que o propósito do museu é educativo, visto que há ainda muito tabu sobre o órgão, o que faz com que a hipótese de visitar um Museu do Pênis seja tão curiosa quanto irresistível. Essa curiosidade é usada pelo museu para abordar o funcionamento, características e diferenças do pênis de espécie para espécie, normalizando o entendimento e conhecimento sobre mais essa parte do corpo.

No próprio site do Museu do Falo está exposto o ímpeto em tornar acessível o estudo sobre o órgão: “Agora, graças ao Museu do Falo Islandês, os indivíduos interessados podem finalmente encontrar evidências para um estudo sério no campo da falologia de maneira organizada e científica.”

E a visita parece realmente valer a pena, segundo os relatos dos visitantes, os salões dos museu estão sempre cheios de risadas e divertimento, mostrando que a imersão em imagens, réplicas e pênis reais realmente pode ajudar as pessoas a perceber o órgão com a naturalidade devida e tratá-lo com um pouco menos de pudor e aversão.

Museu da Vagina

O Museu do Falo foi além do seu propósito e, além de naturalizar a observação e estudo sobre o pênis, foi gatilho para uma iniciativa muito similar sobre a vagina! Ao descobrir a existência do museu dedicado a expor o órgão reprodutor masculino, Florence Schechter percebeu que essa era uma necessidade também para o órgão feminino, que sofre tanto ou mais tabu que o próprio pênis.

A biocientista inglesa fez então alguns eventos em locais públicos ao redor da Inglaterra com o intuito de testar os conhecimentos da população sobre vulvas e vaginas e incentivar as pessoas a criarem um novo olhar para o tema, além de divulgar a campanha de financiamento coletivo para a criação do museu, que teria exatamente o mesmo objetivo da campanha nas ruas: promover a naturalização da vagina.

Em 2019 o Museu finalmente virou realidade e vinha recebendo críticas positivas do público até fechar temporariamente as portas por conta da pandemia de Covid-19. Nesse meio tempo, as organizadoras trabalharam no planejamento futuro, que inclui exposições abordando uma variedade bem completa de temas, como anatomia, sistema reprodutivo, menstruação, história sexual, questões de gênero e, claro, desfazer os muitos tabus que envolvem o universo reprodutor feminino, que tanto falamos por aqui.

O Museu da Vagina aborda também questões sobre a educação sexual oferecida aos jovens e as diferenças de posicionamento encontradas nela, que, logicamente, são depois replicadas no comportamento da sociedade, assim como as questões das pessoas trabalhadoras do sexo e sobre o universo da pornografia e suas consequências sobre a sexualidade e a relação humana com o sexo.

Assim como o Museu do Falo carrega um clima bem humorado em seus salões e vitrines, o Museu da Vagina também recorre ao humor para naturalizar a conversa e o olhar das pessoas sobre seus órgãos ou de seus parceiros, amigos, familiares e colegas. Quebrar a tensão sobre o tema é uma ótima maneira de tornar a conversa mais acessível e confortável para pais e filhos, parceiros afetivos e até mesmo para o autoconhecimento independente da idade e é assim que o museu vem sendo usado por muitas famílias e pessoas – uma ferramenta de suporte para a educação e aprofundamento de vínculos e relações sociais.

Visite o site do Museu da Vagina para maiores detalhes sobre o projeto!

Museu do Sexo

Para não fechar o tema museus sem deixar uma menção honrosa ao mais famoso deles, há ainda o Museu do Sexo. Ou melhor, os Museus do Sexo!

Sim, museus no plural, pois quando se trata de sexo há uma gama mais ampla de museus ao redor do mundo. O mais antigo do mundo é o de Amsterdam, na Holanda. Em outra capital europeia, dessa vez Praga, na República Tcheca (o que em terras brasileiras pode soar como uma piada pronta!), há o Museu das Máquinas Sexuais, que aborda especificamente os brinquedos e engenhocas inventadas ao longo da história para gerar prazer sexual ou remediar a abstinência, quando necessário.

Há ainda outras capitais europeias e cidades americanas que facilitam o interesse humano sobre o sexo e disponibilizam diferentes formatos e temáticas para temas inerentes ao universo erótico. No Brasil, o Museu do Sexo pode ser encontrado em Gramado. Na Bahia, é possível visitar o Museu da Sexualidade e em São Paulo, o Museus da Diversidade Sexual.

Como você pode perceber, esse é um tema ainda mais amplo e que merece ser abordado com maior atenção num próximo texto. Até lá, acreditamos que já deixamos informações o suficiente por aqui para que você tenha revisitado alguns conceitos e começado a desfazer alguns dos muitos tabus que envolvem o sexo e todos os órgãos humanos que o simbolizam, não é mesmo?!

Conte para nós se você já foi um dos sortudos que visitou algum desses museus e como foi sua experiência, pois, com certeza, eles já entraram para nossa lista turística e em breve poderemos trazer informações mais detalhadas de cada um desses passeios para vocês!

Se você ficou empolgado imaginando os museus, lembre que as Suítes do Motel Tarot estão a sua espera, 24h por dia, todos os dias da semana! Venha nos fazer uma visita!

 

Imagem Destacada via Acervo Museu do Falo

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