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Tabus do Sexo

Pesquisas recentes mostram que muitos tabus já caíram, mas outros ainda se mantêm firmes no imaginário popular quando o assunto é sexo.

Um dos mais clássicos é a diferença do sexo entre os gêneros. Um dado que deixa claro essa diferença de percepção do sexo para homens e mulheres é a expectativa que cada grupo tem sobre a quantidade de relações sexuais.

Segundo a recente pesquisa Mosaico 2.0, coordenada pela psiquiatra Carmita Abdo, do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do IPq, as mulheres apontam uma expectativa em torno de 3 relações por semana, enquanto os homens citam uma média de até 8 transas por semana.

Tamanha divergência é uma consequência cultural que cria uma expectativa tão inflada para uns e tão modesta para outros. É claro para todo adulto sexualmente ativo que 08 relações sexuais como média semanal pode até ser o desejo geral, mas está bem longe da realidade, já 3 relações por semana é um número bem mais modesto e também desanimador.

Afinal, qual das duas visões está mais próxima da realidade?

Expectativa x Realidade

Apesar de a média citada pelas mulheres parecer baixa na teoria, quando analisamos a prática, esse número está muito mais perto da realidade vivida por grande parte dos brasileiros.

A média predominante nas capitais brasileiras fica em torno de 2 a 3 relações sexuais por semana. A explicação simples é que não é só de vontade que depende o sexo, não é mesmo?! Há que se levar em consideração questões fora do nosso controle, como o cansaço do dia-a-dia de trabalho, o estresse causado pela vida cotidiana e até mesmo os horários apertados em que vivemos na sociedade contemporânea.

Esses, além de muitos outros quesitos da vida real como indisponibilidade de parceiros e/ou circunstâncias propícias à prática sexual, fazem com que as pessoas transem muito menos do que poderiam considerar ideal.

Outro quesito levantado pela pesquisa e que configura um tabu tão grande quanto o já apresentado (ou até maior) é sobre o desejo e a libido feminina. A crença de que o desejo feminino exista apenas dentro de relações estáveis é ainda mantida em muitos lugares, mas claramente refutada pelos dados.

O Mosaico da Sexualidade Brasileira escancara: 61% dos homens e 54% das mulheres distinguem a vida sexual da vida afetiva. Números bem mais próximos entre si que as expectativas para cada gênero! A diferença entre sexo e amor é clara para boa parte da sociedade contemporânea e não é definida pelo gênero do indivíduo, mas sim por sua percepção da vida e do mundo.

O que mostra que, apesar de se mostrarem mais ‘recatadas’, as mulheres estão aprendendo a valorizar o sexo e a perceber a importância da sua prática regular para a saúde e a qualidade de vida, conquistando o espaço para, assim como os homens, também falar de sexo livremente, assim como praticá-lo sem sucumbir aos tabus.

O Sexo de cada sexo

O sexo costuma ser supervalorizado pelos homens porque eles são desde jovens estimulados a buscar uma vida sexual bastante ativa e proveitosa, num incentivo inconsciente para reafirmar sua masculinidade. Enquanto as mulheres são ensinadas a perceber o sexo como uma prática muito mais útil que prazerosa, deixando-as focadas na dedicação à construção da família e manutenção da casa e não na diversão que uma sexualidade saudável proporciona.

Apesar de tais conceitos soarem já estranhos e até mesmo cafonas quando ditos no mundo atual, muito dessa postura ainda é vista na nossa sociedade e é percebida nessas expectativas tão opostas anotadas durante as pesquisas.

E como a melhoria e a evolução são os grandes objetivos em qualquer disseminação de informação, você deve estar se perguntando:

“Mas como conhecer essa realidade e essas mudanças sociais me ajudam a ter relações melhores?”

Para uma relação sexual de qualidade, é preciso muito mais que o consenso e o desejo dos envolvidos. Quando os parceiros estão à vontade um com o outro e também com o contexto sexual, as coisas acontecem mais naturalmente e ficam muuuito mais divertidas! Não concorda?!

Para conquistar um ambiente mais natural e confortável para a vivência da sexualidade, o caminho é um só: perceber o sexo com naturalidade. Livre-se da imagem deturpada de que mulheres não gostam de sexo porque todos já sabemos bem que elas gostam e muito! O que nos falta é ficarmos e deixá-las tão à vontade para viver o sexo com a liberdade que os homens sempre estiveram tão acostumados ao longo da história.

Mostre à(s) sua(s) parceira(s) que aprova e respeita a liberdade e igualdade sexual para ambos os gêneros. Falem sobre sexo, conversem sobre sexo, informem-se sobre sexo, perguntem os gostos, desejos, curiosidades, fetiches e proponha-se a conhecer e realizar o imaginário dela.

Construir um ambiente livre e natural para o sexo na relação vai revolucionar sua vida sexual e provavelmente vai fazer subir muito não só a sua média de relações por semana como a qualidade de cada transa!

E se depois de pôr essas mudanças em prática a frequência das suas Reservas no Motel Tarot aumentar muito, não diga que nós não avisamos!

Texto originalmente postado em 26/09/2019 e atualizado em 22/10/2020.